Dia 10 de Novembro. Noite de eleições. O Trem Corunha- Lugo tem a hora de saída ás 12,20 da noite. É o comboio que vêm de Ferrol para Madrid. Os paneis da estação só indicam atraso depois das 10,20. Nenhum aviso para indicar quanto seria o atraso. Só depois dum tempo a espera ao pé do cais nº2A é que uma funcionária veio dizer que a máquina que tinha que sair de Ferrol estragara. Com cara de parvas soubemos que traz UMA, UNHA hora atrasado, pelo menos. A funcionaria diz que fazia aquele aviso de própria iniciativa, porque sentia lástima de nós ( sic). Ás 11 da noite tudo fechou, de maneira que tivemos que sair da cafetaria para o frio da estação nessa noite de novembro. Os empregados,incluída a funcionária “caritativa” foram embora. Antes de eles marchar, tentei de formular uma reclamação. Disseram que a essas horas o livro de reclamações estava fechado ( Ehm! Surpresa pola minha parte). Os livros também fecham ,nomeadamente para viajeiras galegas que aguentam com tudo e tudo suportam sem queijas!
Ainda nem sabemos a que horas é que vamos sair nem a que hora iremos chegar a Lugo.
Isto nom tem nome!! Só significa que somos uma colónia deixada da mão dos poderes públicos. Nom hai onde estar. A cafetaria fechou às 11 horas e nom existe sá de aguarda com assentos. Só fora ao frio da noite de novembro . Como se pode ver nas imagens so há cadeiras na sala de fora. Trataram-nos pior que animais. Como sofredores que sabem que não iremos protestar. Sem direitos . E, no entanto dão os resultados das eleições. Voltam ter maiorias, na Galiza, os mesmos partidos que roubaram e que foram apanhados na corrupção. Os mesmos que estiveram implicados na tragédia de oitenta mortos de Angrois. E eu sento vergonha por este povo, por este país que não reivindica, que não protesta que não reage.
Dizia Castelao: “En Galiza non se pide nada , emigra-se”.
E eu creio que continuamos na mesma.
Até onde eu sei foi Ana Miranda Deputada do BNG, quem ,no parlamento europeu, conseguiu levar e defender as reivindicações das vitimas de Angrois,com grande esforço mentres os outros grandes partidos tentaram ocultar os feitos .
Medito com raiva que Lugo perdeu o trem da vida e Galiza perdeu o trem da dignidade. Se não protestamos nada vai ficar. A cousa pública é abandonada. E aínda querem em Lugo levar a estação dos auto-carros para as aforas. Longe de todo.
Que faz ADIF! Nada. Galiza é a grande esquecida. Só lhes interessam a nossa produção elétrica, as nossas minas, os nossos montes, para serem utilizados em conivência da política e as grandes empresas.
A palavra IMBECIL significa pessoa sem báculo. Sem apoio, sem convicções firmes. Que se deixa levar polos ventos que soprem dum lado ou do outro. As/os Galegos/as, devêramos ser um pouco menos imbecis. Deveríamos fazer valer os nossos direitos e protestar quando seja de justiça fazer.
Para acabar a estória do trem , chagamos a Lugo as 2,45 da madrugada.
Ou seja estes im presentaveis de ADIF e de RENFE tiveram-nos desde as 10, 20 da noite até as 2,45 da madrugada “ entretidas” entre as vias do caminho de ferro,sem nenhum aviso oficial. Só a “caridade” da funcionária que sabia “ soto voce” que a máquina estragara e tinham que buscar outra. Se não for trágico ainda dava para rir. Ela não me quis facilitar o livro de reclamações
Se já as pessoas da Galiza pagamos mais pola eletricidade que no resto do estado espanhol, se produzimos eletricidade para que em Madrid os comboios de cercanias possam ser subvencionados, e funcionem de maravilha ( alégro-me,mais não as minhas expensas) mentres nós ficamos com as velhas máquinas de gasoil, que poluem e se estragam a cada pouco, não entendo porque somos tão passivos/as, tão sofredoras/es e tão pouco reivindicativas.
Há muitos anos dizia-se que RENFE significava: “Robar Es Necesario Franco Enseña”.
Hoje pergunto-me: E será?.
Boa reflexão para analisar o resultado das eleições.
Se não temos voz ( VOZ) ninguém nos vai ouvir. E nunca esperemos que venha de fora a solução aos nossos problemas porque isso nunca vai acontecer. Ainda não é Natal, e também sabemos que Os Reis, nem sempre trazem os presentes que precisamos.
Lanço um berro forte:
Acordai!! E espabilade. Ou estes sem vergonhas come-nos vivos/as. Sem respeito e sem consideração.
No 11 de novembro depois de descansar algo do dia e a noite de ontem
Adela Figueroa Panisse.